«A Assembleia Legislativa dos
Açores aprovou por unanimidade uma proposta do PPM que defende a transmissão
televisiva, em canal aberto, dos trabalhos do Parlamento da Região através de
uma parceria com a RTP.
"A criação de um Canal Parlamento, que transmita em direto e em canal aberto,
as reuniões do plenário e das comissões da Assembleia Legislativa da Região
Autónoma dos Açores, constitui uma necessidade premente do nosso sistema
político", sustentou Paulo Estêvão, deputado monárquico.
O parlamentar do PPM entende, no entanto, que os "enormes custos" associados
à criação de um canal semelhante ao da Assembleia da República "tornam inviável"
uma solução idêntica no arquipélago, onde a opção poderá passar pela
formalização de um protocolo entre o Parlamento e a RTP.
No seu entender, a RTP/Açores faz, atualmente, a cobertura das reuniões
plenárias e de grande parte das comissões, dispondo, por isso, de uma estrutura
logística já montada e de "pessoal qualificado", que pode garantir a transmissão
televisiva, de forma integral, dos trabalhos parlamentares.
"Estes meios terão de ser obviamente reforçados, mas parece evidente que a
utilização do sinal e de outros meios logísticos da RTP/Açores permitirá
desenvolver um projeto de baixo custo", sublinhou Paulo Estêvão.
A proposta do PPM, aprovada por unanimidade, defende também que o futuro
protocolo a assinar entre o Parlamento açoriano e a RTP deverá assegurar a
"autonomia de gestão", por parte da Assembleia, do "espaço de transmissão que
vier a ser contratualizado".
Tal como acontece na Assembleia da República, deverá também ser criado no
arquipélago um "conselho de direção" do Canal Parlamento Açores, composto por um
representante de cada partido com assento na Assembleia Regional.
Apesar de todos os deputados concordarem com o projeto do PPM, alguns
partidos manifestaram reservas quando ao sucesso desta solução.
Zuraida Soares, do Bloco de Esquerda, lamentou que esta discussão surja numa
altura de "muita indefinição" em relação ao futuro da RTP/Açores, fazendo uma
comparação com a "orquestra do Titanic", que "continua a tocar, apesar de tudo
se estar a desmoronar".
Já José Andrade, da bancada do PSD, alertou os deputados para a necessidade
de passarem a "valorizar mais o seu trabalho", alertando para a exposição
pública a que vão passar a estar sujeitos.»
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