Não sei precisar bem quando é que os Açores deixaram de ser uma democracia, mas arrisco afirmar que aí entre finais de 1996 e meados de 1997 o partido socialista se transformou no que é hoje: um partido refém do poder e prostrado ao culto monoteísta de um homem.
Penso também que, para aí no final do ano 1996, os socialistas desistiram de tentar governar – no sentido estrito do conceito - os Açores. Entretanto perderam-se 14 anos da nossa vida colectiva neste letargo socialista. Um dia isto terminará porque, na pior das hipóteses, o Carlos César deverá querer gozar umas merecidas feriazinhas para quebrar a rotina de mais de trinta anos no Parlamento Regional.
Penso que o homem deve olhar para as bancadas do Parlamento e perguntar-se o que está ali a fazer. Não resta ninguém da sua geração parlamentar, nem da seguinte, nem ninguém a seguir à da seguinte. Já enterrou todos os seus adversários políticos e reformou compulsivamente os velhos e as almas mais independentes do PS. A actual bancada socialista assemelha-se a um bando de caloiros que o Presidente do Governo Regional chefia e praxa a seu bel-prazer.
É certo que bate aos pontos qualquer adversário parlamentar que lhe surja pela frente – continua a ser um brilhante orador – mas a mim fica-me sempre a sensação que ele já não tira verdadeiro gozo dos despiques e das vitórias retóricas. Ele sabe que o seu tempo já passou e que é uma espécie de dinossauro fora do Parque Jurássico. Acho até que se terá sentido como um peixe na água na recente reunião do Conselho de Estado.
Devíamos pensar em criar uma espécie de Conselho da Autonomia nos Açores. A ideia é dar uma reforma digna aos nossos maiores. Talvez se evitassem assim as caminhadas erráticas e intermináveis das almas de outros tempos.
De qualquer forma, ganhava-se sempre uma boa aula de História. O meu filho mais novo perguntou-me, ao ver as imagens da última reunião do Conselho de Estado, quem foi o General Eanes. Eu disse-lhe que foi um militar numa guerra perdida, o verdugo de uma revolução derrotada, o Presidente do país na época das calças em boca-de-sino, o líder de um partido trucidado e que o Carlos César era o que estava ao lado.
Penso também que, para aí no final do ano 1996, os socialistas desistiram de tentar governar – no sentido estrito do conceito - os Açores. Entretanto perderam-se 14 anos da nossa vida colectiva neste letargo socialista. Um dia isto terminará porque, na pior das hipóteses, o Carlos César deverá querer gozar umas merecidas feriazinhas para quebrar a rotina de mais de trinta anos no Parlamento Regional.
Penso que o homem deve olhar para as bancadas do Parlamento e perguntar-se o que está ali a fazer. Não resta ninguém da sua geração parlamentar, nem da seguinte, nem ninguém a seguir à da seguinte. Já enterrou todos os seus adversários políticos e reformou compulsivamente os velhos e as almas mais independentes do PS. A actual bancada socialista assemelha-se a um bando de caloiros que o Presidente do Governo Regional chefia e praxa a seu bel-prazer.
É certo que bate aos pontos qualquer adversário parlamentar que lhe surja pela frente – continua a ser um brilhante orador – mas a mim fica-me sempre a sensação que ele já não tira verdadeiro gozo dos despiques e das vitórias retóricas. Ele sabe que o seu tempo já passou e que é uma espécie de dinossauro fora do Parque Jurássico. Acho até que se terá sentido como um peixe na água na recente reunião do Conselho de Estado.
Devíamos pensar em criar uma espécie de Conselho da Autonomia nos Açores. A ideia é dar uma reforma digna aos nossos maiores. Talvez se evitassem assim as caminhadas erráticas e intermináveis das almas de outros tempos.
De qualquer forma, ganhava-se sempre uma boa aula de História. O meu filho mais novo perguntou-me, ao ver as imagens da última reunião do Conselho de Estado, quem foi o General Eanes. Eu disse-lhe que foi um militar numa guerra perdida, o verdugo de uma revolução derrotada, o Presidente do país na época das calças em boca-de-sino, o líder de um partido trucidado e que o Carlos César era o que estava ao lado.