terça-feira, 14 de dezembro de 2010

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

terça-feira, 23 de novembro de 2010

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Temos apenas 36 anos de real democracia

"O líder nacional do Partido Popular Monárquico (PPM) e deputado o Parlamento Regional, Paulo Estevão, insurgiu-se ontem contra a forma como se está a transmitir às crianças, nas escolas, a História sobre o percurso da República em Portugal. A crítica surge na altura em que se comemoram os 100 anos da implantação da República no país.
De acordo com Paulo Estevão um exemplo é a exposição itinerante que está a percorrer as escolas do concelho da Praia da Vitória, que se intitula "100 Anos de República - Um Caminho para a Liberdade".
Na opinião de Paulo Estevão, este título é uma demonstração do que considera ser uma associação da República à democracia e à liberdade e da monarquia ao autoritarismo. "Sou professor de História e estou contra a forma como se publicita nas escolas a imagem da I República e do conjunto da República. Não corresponde à realidade que esse tenha sido um caminho feito de democracia e liberdade. Só o Estado Novo contribuiu com 48 anos de ditadura, se bem que entre 1926 e 1933 estejamos a falar de uma ditadura militar. Na prática temos apenas 36 anos de real democracia", justifica.
Quanto ao período da I República, Estevão é claro na sua posição: "De forma nenhuma podemos afirmar que até 1926 tivemos uma democracia. Se na altura da monarquia constitucional tínhamos 70 por cento da população masculina com poder de voto, depois, com a República, ficámos apenas com 30 por cento. Isto porque os critérios da lei eleitoral mudaram. Se antes eram os homens cabeça de casal e os alfabetizados a poder votar, depois da República encerrou-se o direito de voto apenas aos alfabetizados, ou seja, aos que sabiam ler e escrever".
Segundo o líder do PPM "o Partido Republicano tinha no seu programa o sufrágio universal, mas nunca o fez".
"As eleições eram completamente manipuladas e direitos como a liberdade de imprensa tornaram-se menores do que no tempo da monarquia constitucional", prossegue.
Do ponto de vista de Paulo Estevão, as escolas continuam a associar a República à democracia e a monarquia constitucional é apresentada quase como uma irmã gémea da absolutista.
"Temos países no topo da lista em termos de políticas humanas, de liberdade, de desenvolvimento, que são monarquias. É o caso da Suécia ou da Holanda, por exemplo. No período da monarquia constitucional havia em Portugal divisão de poderes, liberdade de imprensa, muitos elementos democráticos... Se tivéssemos continuado no regime monárquico, teríamos hoje um modelo próximo do da Espanha, o que não seria nada mau... Agora, existem repúblicas nada democráticas nos dias de hoje, como Cuba ou a Correia do Norte, como existem monarquias na mesma situação, como a Arábia Saudita. O que não podemos é associar a República definitivamente à liberdade e fazer o contrário com a monarquia, quando a democracia pode existir nos dois modelos", reitera.
Paulo Estevão sublinhou que a exposição que percorre as escolas da Praia é apenas um exemplo das comemorações que partem, no seu ponto de vista, de uma construção falaciosa da realidade. "O nosso partido irá chamando a atenção para a forma como estamos a transmitir a História às crianças e não só", conclui."
In Diário Insular

Fernando Pessoa e a República

“E o regime está, na verdade, expresso naquele ignóbil trapo que, imposto por uma reduzidíssima minoria de esfarrapados mentais, nos serve de bandeira nacional - trapo contrário à heráldica e à estética, porque duas cores se justapõem sem intervenção de um metal e porque é a mais feia coisa que se pode inventar em cor. Está ali contudo a alma do republicanismo português - o encarnado do sangue que derramaram e fizeram derramar, o verde da erva de que, por direito natural, devem alimentar-se."

Fernando Pessoa

Demasiados gastos públicos nas comemorações da República

"Os eventos programados um pouco por todo o país, para assinalar o dia 5 de Outubro de 1910, estão a ser comemorados como se fossem de âmbito nacional e com investimento excessivo de verbas públicas. As críticas são de Paulo Estêvão, deputado e presidente da comissão política nacional do Partido Popular Monárquico (PPM), e foram expressas ontem, em conferência de imprensa, em Angra do Heroísmo, a propósito das comemorações do Centenário da implantação da República Portuguesa.

“Num momento em que o país vive com dificuldades [financeiras] tremendas, nós, os monárquicos, não percebemos como é que se gasta tanto dinheiro com essas comemorações, e ainda por cima, trata-se de um evento que não é de abrangência nacional”, critica o monárquico. E continua: “A população portuguesa não é toda republicana. Existem monárquicos e os monárquicos também pagam os seus impostos. Nós estamos a pagar uma comemoração que é supostamente nacional”.
Por isso, e tendo em conta que a comemoração dita nacional se estende às escolas dos Açores, o deputado diz colocar a hipótese de apresentar um projecto de resolução na Assembleia Legislativa Regional, com “provas” de que o Governo está a promover “à força” a participação civil nas comemorações do regime republicano.
“Está a ser feita uma doutrinação sobretudo entre os nossos jovens. Contestamos esta que é uma imposição à força para comemorar um regime com o qual [as pessoas] podem não se identificar. A República não é sinónimo de Portugal”, considera Paulo Estêvão ao dar como exemplo uma exposição itinerante pelo país, intitulada “Viva a República”, que, critica, está a ser dada a conhecer junto das camadas mais jovens da população como “festa nacional”.
“Isso fazia-se no tempo da Mocidade Portuguesa. A comemoração é de um regime e não é o regime de todos os portugueses”, reforça.

Falsificação da História

Paulo Estêvão questiona o Governo português sobre a comemoração do centenário de um regime que, sublinha, inclui quase 50 anos de ditadura presidida por Salazar.
“Os republicanos estão a comemorar também os 48 anos que durou o Estado Novo?”, pergunta o deputado do PPM, recordando uma parte da História que, no seu entender, parece estar a ser “falsificada” por parte dos governantes portugueses.
“É necessário repor a verdade. A primeira República não foi um sistema democrático. Isto é uma falsificação da História”, alerta.
As críticas do presidente da comissão política nacional do PPM estendem-se às actuais características do regime constitucional vigente, o qual, frisa, contém uma série de limites materiais relativos à incapacidade de o povo alterar a forma de governo.
“Que democracia é esta em que se impede o povo de escolher o regime republicano ou monárquico, por votação?”, questiona ao indicar países do mundo como a Espanha, o Brasil e a Austrália. “É assim que se passa nos países verdadeiramente democráticos”, sublinha o monárquico, acrescentando que, no caso de Espanha, onde actualmente o chefe de estado é um rei, a Constituição prevê que o parlamento espanhol possa alterar a sua forma de regime “com uma votação qualificada seguida de um referendo”.

“Porque é que a Constituição portuguesa impede que se possa fazer a mesma coisa?”, remata."

In A União

A Bandeira de Portugal (II)


quinta-feira, 30 de setembro de 2010

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Viva a República?



Retirado da Causa Monárquica

domingo, 5 de setembro de 2010

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

quarta-feira, 28 de julho de 2010

sexta-feira, 16 de julho de 2010

quinta-feira, 15 de julho de 2010

segunda-feira, 12 de julho de 2010

sexta-feira, 25 de junho de 2010

quinta-feira, 24 de junho de 2010

domingo, 20 de junho de 2010

O Grande Discurso da Ministra da Cultura, Gabriela Canavilhas, na Cerimónia de Homenagem a José Saramago

Era uma vez um rei que fez promessas de levantar um convento em Mafra, um soldado maneta, uma mulher que tinha poderes, e um padre que queria voar numa Passarola e que morreu doido;

Era uma vez Jesus, que disse a Maria Magdalena - “quero estar onde a minha sombra estiver, se lá é que estiverem os teus olhos”;

Era uma vez um cão que lambeu as lágrimas a uma mulher desesperada num mundo de cegos, desejando também cegar para ser poupada aos horrores que a vista lhe trazia;

Era uma vez a morte, que tinha um plano e que o cumpriu – abraçou-se ao homem sem que ele compreendesse o que lhe estava a suceder, e ela, a morte, que nunca dormia, deixou descair suavemente as pálpebras enquanto adormecia; no dia seguinte, ninguém morreu;

Era uma vez um homem, que quando morreu, partiram 2 pessoas: saiu ele, de mão dada com a criança que foi – tal como o próprio José Saramago previu, nas suas próprias palavras.

Era uma vez e tantas outras vezes, o respeito à terra e aos homens, a luta contra as injustiças, a defesa dos direitos humanos, a denúncia contra a guerra do Iraque ou contra a ocupação palestiniana, as causas dos Sem Terra, do movimento anti-globalizante, da preservação do ambiente, ou do anti-clericalismo desassombrado.

Estas e tantas outras, foram as histórias com que o ateu místico, religioso laico, interrogador de Deus e dos homens, José Saramago, “comunista hormonal” nas suas palavras, questionou Portugal e o mundo incessantemente, directa ou metaforicamente.
A liberdade do pensamento define o criador: Saramago foi voz lúcida, inconformada, firme, insubmissa na luta contra a desigualdade entre os homens – esta sim “a verdadeira miséria”, dizia.

Parte da imensa receptividade que as suas obras têm merecido em todo o mundo, e que a atribuição do Nobel cimentou e glorificou, deve-se a esse carácter humanista, à esperança que a sua obra impõe ao Homem.

Recebeu o Prémio Nobel da Literatura «... pela sua capacidade de tornar compreensível uma realidade fugidia, com parábolas sustentadas pela imaginação, pela compaixão e pela ironia», segundo a Academia Sueca.

Fiel ao seu compromisso com a consciência, usou a escrita para uma reflexão sobre as grandes causas da humanidade, edificando uma obra coerente, ousada, sólida, moldada pela ética, visando, sempre, a dignificação do Homem.

E fê-lo por vezes subvertendo normas - quer de narrativa (o seu estilo é inconfundível, nas suas frases longas e de pontuação singular), quer enfrentando dogmas - não tinha fé em Deus (mas certamente Deus teve fé nele).

Para ele a escrita, enquanto forma de expressão do pensamento e de intervenção intelectual, foi instrumento, foi arma, foi agente provocador e plataforma de interrogação permanente do indivíduo e da sociedade.

Com a sua actividade cívica aliada à criação literária, cumpriu aquilo que é mais caro aos criadores e aos artistas – conseguiu com a sua obra fazer pensar os destinatários, perturbar os conformados, incomodar as consciências e aguçar a lucidez.

Deixa a Fundação José Saramago, à qual se dedicará a companheira e musa da sua vida, Pilar Del Rio, força inabalável que foi determinante na sua alma e na sua obra, a quem também prestamos aqui homenagem. Fundação José Saramago que assume, entre os seus objectivos principais, a defesa e a divulgação da literatura contemporânea, a defesa e a exigência de cumprimento da Carta dos Direitos Humanos e o cuidado do meio ambiente.

Enquanto escritor português, José Saramago deu um incontestável contributo para a afirmação e difusão da Língua Portuguesa, para a divulgação da Literatura Portuguesa e para a união do mundo lusófono. Embaixador da cultura portuguesa no mundo, a influência da sua obra estendeu-se a um amplo espectro de outras expressões artísticas - na ópera, no cinema, nas artes visuais, sublinhando a universalidade da sua linguagem.

A Literatura Portuguesa, as Literaturas em Português, com Saramago, adquiriram ressonância internacional e prestígio global, pela universalidade das questões que o Escritor agarra e reflecte com tenacidade e vigor, e pelo génio sísmico com que as dá a ler, a pensar, através da sua escrita.

Portugal homenageia hoje o homem, simples, sensível e corajoso;
Portugal celebra em Saramago, a sua humanidade, grandeza e universalidade;
Portugal orgulha-se do Escritor e engrandece-se com a sua obra, poliédrica, ímpar e seminal.

Portugal agradece, sentida e sinceramente, o encontro mágico de Saramago com a Literatura, e o lugar único e perene que José Saramago ocupará para sempre na Literatura e na Cultura do mundo.

Como escreveu ontem um amigo a Pilar, - Não há palavras. Saramago levou-as todas…

Obrigado José Saramago.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

quarta-feira, 16 de junho de 2010

domingo, 9 de maio de 2010

Campeão


sábado, 8 de maio de 2010

Comemoração Republicana


"Os partidos políticos representados na Assembleia Legislativa dos Açores não conseguiram chegar a um acordo quanto às personalidades que serão condecoradas nas comemorações do Dia da Região, que se assinala esta ano a 24 de Maio, no Corvo.

A lista com o nome de 31 personalidades e instituições, que deverá ser aprovada pela maioria socialista na sessão plenária que começa a 18 de Maio, não reuniu o consenso de todos os partidos, segundo apurou ontem a Lusa junto de fontes partidárias.

O PSD manifestou o seu descontentamento por o PS ter avançado com uma proposta sem que tivesse sido obtido um acordo, enquanto o PPM se pronunciou contra a proposta por ela contemplar Manuel de Arriaga e Teófilo Braga, os açorianos que foram os dois primeiros presidentes da República Portuguesa.

António Marinho, líder parlamentar do PSD/Açores, criticou a "postura" dos socialistas, que acusou de não terem procurado o consenso ao "apresentar uma proposta como facto consumado".

Por seu lado, o PPM entende que "não existe nada para comemorar em relação à implantação da I República", considerando os monárquicos que ela resultou "do derrube de forma violenta de um regime político que era certamente um dos mais democráticos da Europa na época".

A lista das condecorações proposta pela maioria dos deputados inclui a atribuição da Insígnia Autonómica de Valor, a mais importante da região, ao faialense Manuel de Arriaga e ao micaelense Teófilo Braga.

A Insígnia de Reconhecimento deverá ser atribuída, entre outras personalidades, ao ex-deputado socialista Cunha de Oliveira, ao militar de Abril Ernesto Melo Antunes e aos antigos membros do governo regional Carlos Corvelo e Raul Gomes dos Santos.

O jornalista Gustavo Moura, os escritores Daniel de Sá, Álamo Oliveira e Eduíno de Jesus, o dramaturgo Norberto Ávila, o pintor Nuno da Câmara Pereira e o ex-autarca Rui Meireles são outros nomes que deverão receber esta distinção.

Por seu lado, a atribuição da Insígnia de Mérito Profissional deverá ser entregue, a título póstumo, aos médicos Estrela Rego, Homem de Gouveia e a George do Nascimento.

Entre as personalidades que deverão ser condecorados encontram-se também o advogado Carlos Melo Bento, o dirigente comunista José Decq Mota, o jornalista Ruben Rodrigues e o Provedor da Santa Casa da Misericórdia da Praia da Vitória, Francisco da Silva Ferreira.

A cerimónia oficial do Dia dos Açores vai ser realizada este ano no Corvo, a mais pequena ilha do arquipélago e a única que ainda acolheu estas comemorações.

O Dia dos Açores, que se destina a comemorar a açorianidade e a autonomia, foi instituído pelo parlamento regional em 1980, tendo sido já comemorado em oito ilhas do arquipélago e junto de comunidades emigrantes, como Fall River (EUA) ou Toronto (Canadá)."
A União, 8 de Maio de 2010

sexta-feira, 7 de maio de 2010

O Fim de uma Época

Não sei precisar bem quando é que os Açores deixaram de ser uma democracia, mas arrisco afirmar que aí entre finais de 1996 e meados de 1997 o partido socialista se transformou no que é hoje: um partido refém do poder e prostrado ao culto monoteísta de um homem.

Penso também que, para aí no final do ano 1996, os socialistas desistiram de tentar governar – no sentido estrito do conceito - os Açores. Entretanto perderam-se 14 anos da nossa vida colectiva neste letargo socialista. Um dia isto terminará porque, na pior das hipóteses, o Carlos César deverá querer gozar umas merecidas feriazinhas para quebrar a rotina de mais de trinta anos no Parlamento Regional.

Penso que o homem deve olhar para as bancadas do Parlamento e perguntar-se o que está ali a fazer. Não resta ninguém da sua geração parlamentar, nem da seguinte, nem ninguém a seguir à da seguinte. Já enterrou todos os seus adversários políticos e reformou compulsivamente os velhos e as almas mais independentes do PS. A actual bancada socialista assemelha-se a um bando de caloiros que o Presidente do Governo Regional chefia e praxa a seu bel-prazer.

É certo que bate aos pontos qualquer adversário parlamentar que lhe surja pela frente – continua a ser um brilhante orador – mas a mim fica-me sempre a sensação que ele já não tira verdadeiro gozo dos despiques e das vitórias retóricas. Ele sabe que o seu tempo já passou e que é uma espécie de dinossauro fora do Parque Jurássico. Acho até que se terá sentido como um peixe na água na recente reunião do Conselho de Estado.

Devíamos pensar em criar uma espécie de Conselho da Autonomia nos Açores. A ideia é dar uma reforma digna aos nossos maiores. Talvez se evitassem assim as caminhadas erráticas e intermináveis das almas de outros tempos.

De qualquer forma, ganhava-se sempre uma boa aula de História. O meu filho mais novo perguntou-me, ao ver as imagens da última reunião do Conselho de Estado, quem foi o General Eanes. Eu disse-lhe que foi um militar numa guerra perdida, o verdugo de uma revolução derrotada, o Presidente do país na época das calças em boca-de-sino, o líder de um partido trucidado e que o Carlos César era o que estava ao lado.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

A Secretária da Educação e os Professores Ingleses


A Secretária da Educação aproveitou a visita turística de um grupo de professores ingleses para afirmar que o nosso sistema educativo é tão reconhecido internacionalmente que se tornou numa espécie de Meca da educação. De acordo com esta visão escatológica, este primeiro grupo de professores ingleses terá sido apenas a vanguarda da enxurrada de peregrinos que nos aguarda.

Quem faz afirmações deste género não é, certamente, deste mundo. Então por que razão continua a ser deste Governo?

PS – Fonte bem informada garantiu-me que a grelha de visitas dos professores ingleses contempla ainda os seguintes destinos: a República das Maldivas, a República das Seicheles, a República das Ilhas Fiji, a Comunidade das Bahamas e as Ilhas Caimão.

domingo, 25 de abril de 2010

Liberdade



Hoje, num dia que deveria ser simbolizar a liberdade, confesso que não sinto que os açorianos sejam verdadeiramente livres. O Partido Socialista é a União Nacional do actual regime. Um partido que se confunde e que possui uma relação simbiótica com o aparelho administrativo e repressor do Governo Socialista Regional.

Grande parte do Povo Açoriano vive no medo e no terror de desafiar o poder estabelecido. Teme por si e pelos seus filhos. Teme que a administração pública lhes feche as portas se não pertencer ao partido da rosa e do punho. Teme que o negócio, que a exploração agrícola ou qualquer outra actividade a que se dediquem não floresça se ousarem criticar o poder.

Hoje não se vive em liberdade nos Açores. Isto é uma ditadura como outra qualquer. Um regime que persegue os que pensam de forma diferente, principalmente os mais vulneráveis e os mais desfavorecidos da sociedade açoriana.

Não chega já de miséria e de falta de perspectivas de futuro? Revoltem as vossas consciências e ergam as vossas colunas vertebrais. Não tenham medo! Quebrem as grilhetas da sujeição e derrotem aqueles que vos escravizam. A liberdade é o supremo prazer da raça humana. A liberdade é algo de que nunca deveremos abdicar. É isso que eu tento fazer em todas as circunstâncias: viver livre.

Viva a democracia!
Viva a liberdade!

sábado, 24 de abril de 2010

terça-feira, 20 de abril de 2010

Plataformas Logísticas

"A decisão de não agendar o PROTA para a sessão plenária desta semana, poderá estar relacionada, precisamente, com a contestação pública às plataformas logísticas para o transporte marítimo de mercadorias, que estão previstas no diploma.

Ainda assim, o Partido Popular Monárquico (PPM) vai interpelar o Governo sobre o assunto: os trabalhos parlamentares arrancam esta tarde com a interpelação dos monárquicos ao Executivo sobre as plataformas logísticas.

As plataformas estão propostas no PROTA, Plano Regional de Ordenamento do Território, que pretende alterar o actual modelo de transporte marítimo de mercadorias entre a Região Autónoma e o Continente.

O deputado do PPM está, claramente, contra esta ideia, que considera ser "um retrocesso de 500 anos".

Por essa razão, Paulo Estêvão decidiu provocar um debate parlamentar sobre a matéria, para que o assunto não passasse despercebido, durante a discussão sobre um diploma tão vasto como o PROTA.

A Comissão de Assuntos Parlamentares, Ambiente e Trabalho já tinha elaborado, na passada semana, o relatório final sobre o diploma, mas, o documento só será discutido na Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores, o mais tardar, em Maio.

A decisão de adiar a discussão do PROTA poderá estar relacionada com as críticas às plataformas logísticas, que chegam mesmo do interior da bancada da maioria socialista, mas, a justificação oficial é de que não haveria tempo para analisar o diploma na corrente semana.

A agenda parlamentar inclui mais de uma dezena de projectos, designadamente, sobre as térmitas, o FundoPesca, os Serviços de Ambiente da ilha do Corvo, as regras na publicidade institucional, os recursos hídricos e a RTP /Açores."

RTP/Açores: Ricardo Freitas / Carlos Tavares

sexta-feira, 16 de abril de 2010

sábado, 6 de março de 2010



Existiu um tempo, para além da infância e aquém da desilusão, em que acreditei nas utopias. No triunfo inevitável do bem, no carácter indomável da liberdade, na bondade intrínseca da humanidade e na força irresistível da palavra.

Foram tempos em que li, avidamente, as vidas dos Santos, que foram os meus primeiros heróis. Fascinava-me o heroísmo de quem dedicou a sua vida a tentar melhorar, ou até a salvar, as vidas dos outros. Claro que dispensei logo algumas espécies de santos: os que alcançaram a santidade matando sarracenos, os que se distinguiram como servidores do Santo Ofício, os que converteram de forma coerciva milhares de índios, os que pactuaram com os poderes temporais arbitrários e até aqueles que se refugiaram nos claustros, para fugir ao mundo difícil dos homens e procurar o fácil aconchego de Deus.

Não, esses santos não me interessam, nunca me interessaram. Interessam-me apenas aqueles que tentaram viver como Jesus Cristo, o Tal que deu a sua vida pelos outros e pregou a humildade, o amor ao próximo, a igualdade de todos os seres humanos e o altruísmo em todas as circunstâncias.

Assusta pensar como esta mensagem foi subvertida, muitas vezes a partir do próprio púlpito, ao longo dos séculos. Como foi possível perseguir, agrilhoar, torturar, espancar e matar em nome de Jesus?

Como comecei por escrever, resta-me muito pouco dessa fé na humanidade e em Deus. Sim, porque não Lhe perdoo as ausências quando o horror triunfa e Ele não consegue ou não quer evitar o sofrimento de tantos homens, mulheres e crianças inocentes. Sim, porque eu não aceito o facto da redenção da humanidade e do indivíduo ter de implicar, inevitavelmente, sacrifício e dor. Como pode Deus, entidade de infinita bondade, comprazer-se com o sacrifício ou a infelicidade dos seus filhos? Não, o Deus em que eu quero acreditar não tolera a injustiça, a infelicidade ou a crueldade.

Talvez a escolha divina resida no estrito respeito pelo livre-arbítrio de cada homem e de cada mulher. Se assim for, isso significa que o Cosmos é uma democracia e que a liberdade é a sua natureza intrínseca.

Quem escreve estas linhas admira os santos, mas sabe que não é essa a sua natureza. Tenta, mas não consegue. Sabe o que é justo, mas não consegue sê-lo. Levanta-se, mas cai logo a seguir. Vive diariamente derrotado pelas circunstâncias, incapaz de dar a outra face e de ser, em todas as circunstâncias, ou apenas numa parte aceitável delas, altruísta.

Sou político e por isso, tendo em conta a interpretação popular dos dias que correm, faço parte de uma raça danada. O Povo vota-nos, mas despreza-nos tal como o fazia anteriormente em relação aos insuportáveis fidalgotes (para agravar a coisa, sou uma espécie de último moicano monárquico, nestes tempos de centenário golpista).

Assim, eu, pecador, me confesso. Amanhã, a partir das primeiras horas do dia, vou voltar a tentar ser um homem melhor. É um exercício muitas vezes repetido, mas sempre votado ao fracasso. Só peço a Deus a oportunidade de não ter de ver ou ouvir mais uma patifaria da nossa estirpe socialista. Mais uma perseguição política aos outros (como a que está novamente em curso na Escola do Corvo) ou a prática de mais uma insensibilidade em relação a quem está em dificuldades e é mais vulnerável (como a situação vivida pelas desgraçadas trabalhadoras da Cofaco da ilha do Faial).

Se isso suceder, sei que serei tomado pela cólera e pelo muito pagão hábito do olho por olho, dente por dente. Sim, não tenho, de facto emenda ou esperança. Dar a outra face? Não sou capaz e … pior que tudo, não quero e não me arrependo de não querer.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Enganei-me



Para Paulo Estêvão, e em termos políticos, o aspecto mais relevante de 2010 será a realização do Congresso Regional do PS. "Carlos César será, novamente, o único candidato à liderança do PS. Seguir-se-á a respectiva reeleição com os números albaneses do costume (99,4%). O único interesse mediático será verificar a arrumação partidária dos delfins do regime: Vasco Cordeiro, Ricardo Rodrigues, José Contente e André Bradford. Sérgio Ávila é a única opção para a vice-presidência. No que diz respeito à estratégia política, o PS manterá a actual linha de actuação. O Partido Popular Monárquico continuará a ser o ódio de estimação do regime, sendo que a comemoração dos 100 anos da República será festejada à grande e à açoriana - e com especial fervor - pelo actual regime cesarista."

Expresso das Nove, 8 de Janeiro de 2010