quinta-feira, 24 de março de 2011

O último acto de Sócrates

"(...) a intervenção irónica e ácida do deputado do PPM, Paulo Estêvão, sobre a atual situação política, pôs os ânimos a ferver. O deputado monárquico, líder do PPM a nível nacional, metralhou toda a política desenvolvida pelo executivo de José Sócrates. Numa escrita incisiva como poucas na Assembleia afirmou: "O engenheiro Sócrates pertence a uma velha tradição nacional: o nosso pior, tal como sucede com o nosso melhor, é quase insuperável (...) Um irresponsável que nega a evidência e vende o equívoco". Comparou César a Sócrates, como farinha do mesmo saco.
Estêvão afirmou que o partido está preparado para regressar ao parlamento português e defendeu uma alternativa que junte os partidos de centro direita numa reedição da aliança democrática: O PSD, o CDS/PP e o PPM.
Os disparos do PPM não tardaram a ter resposta socialista, que veio do deputado José San-Bento, dizendo que aquela tinha sido uma verdadeira intervenção de quem tem o "rei na barriga". Respondeu a Estêvão que Sócrates tem tido o mérito de enfrentar as dificuldades, de vencer a crise, de relançar o crescimento económico. Avisou que os resultados de umas eventuais eleições antecipadas não são "favas contadas". Mas o ponto crítico surgiu quando afirmou que ninguém queria saber do líder do PPM, nem o PSD, nem a direita. Deixou claro que a direita despreza o PPM. Paulo Estêvão respondeu que as críticas eram típicas do PS, que diz não respeitar um partido pequeno, nem a geração à rasca, nem ninguém que não esteja ao seu lado."

Diário Insular