terça-feira, 26 de maio de 2009

Temos de Evitar a Auto-imolação Açoriana


Nunca me cansarei de alertar os açorianos para a necessidade do Vital Moreira não ganhar nos Açores. Este senhor não pode, em nenhuma circunstância, sentir-se legitimado para falar em nosso nome. Pelo contrário, o cabeça-de-lista do PS tem de sentir que as suas acções contra a autonomia e o Povo Açoriano merecem uma forte repulsa do eleitorado - socialista e não socialista – açoriano. Trata-se de ajustar contas com 35 anos de ofensas ao Povo Açoriano.

Relembro o que este homem disse, só nos últimos dois anos, a respeito da autonomia açoriana.

“Este insólito regime de favor tem algumas raízes na Constituição (como a independência orçamental e o direito às receitas fiscais), mas foi sendo progressivamente conquistado pelos governos regionais aos governos da República, culminando com a Lei de Finanças Regionais de 1998, no tempo de Guterres (de quem haveria de ser?!), que se traduziu numa verdadeiro "assalto" regional ao Orçamento do Estado.

Na verdade, são vários os títulos pelos quais as regiões autónomas "sacam" dinheiro do Orçamento do Estado. Como se vê, tudo somado, trata-se de uma verdadeira cornucópia jorrando dinheiro do continente para as regiões autónomas.No meio desta "labúrdia" financeira há situações verdadeiramente escandalosas. Seja como for, as regiões autónomas não podem viver eternamente à custa do continente e têm de ser solidárias com as dificuldades financeiras da república.

Sendo assim, nada justifica aquele bónus das regiões autónomas, que é uma sobrecarga injustificada sobre os contribuintes do continente. Além de financeiramente insustentável, essa isenção tornou-se politicamente imoral.

Continua a prevalecer nas regiões autónomas, sem grandes diferenças entre elas e entre as diversas forças políticas regionais, o entendimento de que elas só têm direitos e nenhumas obrigações, de que a "solidariedade nacional" é de sentido único e de que, visto das ilhas, o país não custa dinheiro e que o continente terá de continuar a ser sempre uma cornucópia para as regiões autónomas, por mais ricas que elas se tornem.

Há dias, um conhecido porta-voz separatista madeirense afirmava provocativamente que "quem quer ilhas paga-as". Antes que um número crescente de portugueses se comece a interrogar sobre se o elevado preço se justifica, é caso para lembrar que não há países grátis e que os seus custos comuns devem ser suportados por todos, a começar pelos que gozam, ou estão em vias de gozar, de riqueza acima da média nacional. “

(Excertos de dois inacreditáveis artigos de opinião de Vital Moreira no Público – 2006/2008)