terça-feira, 1 de abril de 2014

Jornal Açores 9: "Condenação da escalada militar na Europa de Leste"

"Em Comunicado enviado à imprensa, abaixo poderá ler o Comunicado do Partido Popular Monárquico a condenar a escalada militar na Europa de Leste e a se opor a qualquer envolvimento direto da NATO e da Rússia na Ucrânia.
O Partido Popular Monárquico acompanha, com enorme preocupação, a situação política e militar na Europa de Leste a propósito da anexação da Crimeia pela Rússia e da instabilidade política na Ucrânia. Condenamos, em absoluto, a escalada militar que a Rússia e alguns responsáveis da NATO estão a promover no âmbito desta crise internacional.
Os dois últimos grandes conflitos militares mundiais resultaram, em parte, de uma escalada militar, que veio a revelar-se imparável, a respeito de questões fronteiriças e de minorias étnicas na Sérvia (na I Guerra Mundial) e depois na Polónia (na II Guerra Mundial). O que está agora a suceder na Ucrânia tem semelhanças óbvias com outras crises internacionais, no âmbito das quais a mobilização e reforço dos meios militares teve um papel extremamente negativo e amplamente catalisador em relação ao início das hostilidades militares.
Nesse sentido, o PPM apoia a imposição das sanções económicas internacionais à Rússia, mas condena, em absoluto, qualquer reforço dos meios militares da NATO na Europa de Leste e a formulação de qualquer garantia política e militar – que implique uma intervenção militar automática por parte da NATO – das fronteiras do Estado ucraniano. Ou seja, o PPM não quer ver Portugal, a NATO e a União Europeia envolvidos numa engrenagem político-militar que torne automática uma resposta militar a uma eventual intervenção militar da Rússia na Ucrânia.
O PPM considera, também, que a Alemanha, tendo em conta o papel desempenhado pela mesma nos últimos grandes conflitos militares europeus e a relevância dos seus interesses económicos na Europa de Leste, não deve assumir qualquer protagonismo excessivo na crise ucraniana, nomeadamente implicando o resto da União Europeia num choque geopolítico de consequências potencialmente muito graves.
O Partido Popular Monárquico discorda de todos aqueles que, aproveitando a atual crise política internacional, defendem o reforço da capacidade militar da Europa e uma unificação dos meios e capacidades militares dos países da União Europeia. O PPM não quer que a União Europeia se transforme numa grande potência militar. O essencial é, na nossa perspetiva, canalizar o essencial dos recursos da União Europeia para políticas de âmbito social e de crescimento económico e preservar, a todo o custo, a paz e as políticas de cooperação no espaço europeu e mundial.
Assim, tendo em conta a presença do Ministro Rui Machete na reunião dos chefes da diplomacia da Nato, que hoje se inicia, os monárquicos portugueses salientam, junto do Governo Português, a necessidade de impedir uma escalada militar na Europa de Leste e a oposição à formalização de qualquer tipo de garantia de fronteiras, de países não integrados na NATO, que implique a obrigatoriedade de intervir militarmente em sua defesa.
A NATO não deve, em nenhuma circunstância, assumir compromissos adicionais nesta zona da Europa. Em circunstâncias anteriores, essas garantias – de fronteiras e de soberania – empurraram os Estados europeus para conflitos generalizados, algo que não pode voltar a suceder."
In Jornal Açores 9