A intervenção americana no Iraque foi um ilimitado fracasso. Para além de ter iniciado a espiral inflacionista nos mercados internacionais e de ter enlouquecido de júbilo os especuladores, escancarou, estrategicamente, as portas da expansão estratégica do Irão no Mediterrâneo Oriental.
O Iraque era, desde meados do século passado, o maior obstáculo à secular ambição persa de acesso ao Mediterrâneo Oriental (algo que logrou alcançar, por diversas vezes, na Antiguidade). Foram necessários séculos de esforços titânicos por parte de sucessivas potências – Macedónia, Roma, Império Bizantino, Império Árabe, Império Otomano e Império Britânico – para lhes barrar esse caminho.
Com a destruição do potencial militar do Iraque e a sua desagregação política em pequenas “taifas”, nada de importante – não conto, evidentemente, com países como a Síria, a Jordânia ou o Líbano – se interpõem entre o Irão e o Mediterrâneo Oriental, a não ser Israel (vejo a Arábia Saudita como uma potência de flanco, preocupada apenas em “manter o statu quo” no Golfo Pérsico).
Não interpreto, por isso, o actual esforço do Irão em obter armamento nuclear como um acto de desespero messiânico, ditado pelo fanatismo religioso. O actual governo islâmico do Irão está a fazer o que todos os governos persas fizeram nos últimos 3 milénios. Procura emular o potencial militar – que inclui a capacidade nuclear – da única potência regional que se lhes pode opor: o Estado de Israel.
O que pode fazer, nas actuais circunstâncias, o Mundo Ocidental? Nada! Não pode nem irá fazer nada. A União Europeia, imersa numa interminável crise de identidade, é completamente irrelevante. A França e a Grã-Bretanha não têm, desde a crise do Canal do Suez de 1956, qualquer pretensão ou capacidade para agir autonomamente.
Restam os Estados Unidos que não estão em condições políticas, económicas e sociais para fazer seja o que for (possuem um défice astronómico e a opinião pública não quer nem ouvir falar numa nova intervenção militar quando sectores como a saúde, a educação, a assistência social, as infra-estruturas e os mercados imobiliário, financeiro e energético estão à beira do colapso).
O Irão terá, num futuro próximo, armamento nuclear. Só nos resta esperar que a capacidade recíproca de autodestruição, entre Israel e o Irão, seja suficientemente dissuasora. O único optimismo possível provém do facto de, nos precedentes conhecidos – União Soviética/Estados Unidos ou Índia/Paquistão – os demónios do holocausto não terem sido, apesar de tudo, libertados.
O Iraque era, desde meados do século passado, o maior obstáculo à secular ambição persa de acesso ao Mediterrâneo Oriental (algo que logrou alcançar, por diversas vezes, na Antiguidade). Foram necessários séculos de esforços titânicos por parte de sucessivas potências – Macedónia, Roma, Império Bizantino, Império Árabe, Império Otomano e Império Britânico – para lhes barrar esse caminho.
Com a destruição do potencial militar do Iraque e a sua desagregação política em pequenas “taifas”, nada de importante – não conto, evidentemente, com países como a Síria, a Jordânia ou o Líbano – se interpõem entre o Irão e o Mediterrâneo Oriental, a não ser Israel (vejo a Arábia Saudita como uma potência de flanco, preocupada apenas em “manter o statu quo” no Golfo Pérsico).
Não interpreto, por isso, o actual esforço do Irão em obter armamento nuclear como um acto de desespero messiânico, ditado pelo fanatismo religioso. O actual governo islâmico do Irão está a fazer o que todos os governos persas fizeram nos últimos 3 milénios. Procura emular o potencial militar – que inclui a capacidade nuclear – da única potência regional que se lhes pode opor: o Estado de Israel.
O que pode fazer, nas actuais circunstâncias, o Mundo Ocidental? Nada! Não pode nem irá fazer nada. A União Europeia, imersa numa interminável crise de identidade, é completamente irrelevante. A França e a Grã-Bretanha não têm, desde a crise do Canal do Suez de 1956, qualquer pretensão ou capacidade para agir autonomamente.
Restam os Estados Unidos que não estão em condições políticas, económicas e sociais para fazer seja o que for (possuem um défice astronómico e a opinião pública não quer nem ouvir falar numa nova intervenção militar quando sectores como a saúde, a educação, a assistência social, as infra-estruturas e os mercados imobiliário, financeiro e energético estão à beira do colapso).
O Irão terá, num futuro próximo, armamento nuclear. Só nos resta esperar que a capacidade recíproca de autodestruição, entre Israel e o Irão, seja suficientemente dissuasora. O único optimismo possível provém do facto de, nos precedentes conhecidos – União Soviética/Estados Unidos ou Índia/Paquistão – os demónios do holocausto não terem sido, apesar de tudo, libertados.