A actual Direcção da RTP-Açores tornou ontem pública uma nota informativa que ficará registada, na história do jornalismo açoriano, como um dos mais vergonhosos episódios de perseguição política e de falta de objectividade jornalística.
O PPM-A teve a coragem de denunciar a censura política praticada por esta Direcção da RTP-A e de descartar, para o futuro, qualquer cobertura televisiva por parte de um órgão de comunicação social estatal – pago com os impostos de todos – hoje ao serviço, de forma objectiva, do partido dominante.
Recusámos continuar a ser censurados. Recusámos encenar um pluralismo político que não existe. Bastou um membro da Comissão Permanente do PS-Açores, pedir para se “mitigar a produção noticiosa do PPM-A” para que o comportamento da RTP-A se alterasse em relação à cobertura televisiva que nos estava a fazer.
A Nota da Direcção da RTP-A, pela sua falsidade, arrogância e falta de objectividade merece ser desmentida ao pormenor.
1) A Direcção da RTP-A diz que o PPM-A “exige” cobertura televisiva das suas actividades. É completamente falso. Perante esta falsidade exigimos – agora sim – que publiquem os documentos em que o partido exterioriza este tipo de atitude. Limitámo-nos a convidar a RTP-A para a cobertura dos eventos que considerámos mais significativos. Só após vários episódios de censura incompreensível – sim porque a análise crítica do exercício concreto de critérios editoriais não é uma ciência hermenêutica inacessível ao comum dos mortais – é que viemos a público condenar esta situação. A verdade é que resistimos a todo o tipo de episódios de bloqueio político: a recepção dos nossos faxes, enviados com dias de antecedência, nunca era confirmada pela RTP-A, apesar de termos a certeza que os tínhamos enviado correctamente. A RTP-A portava-se como uma autêntica “prima-dona”, cheia de caprichos que, aparentemente, funciona na mais anárquica desorganização. Só depois de inúmeros telefonemas se poderia ter a certeza que a informação tinha chegado. Na maior parte dos casos, a solução era repetir indefinidamente o envio dos faxes até que alguma alma caridosa finalmente se desse ao trabalho de o meter na agenda. Não vale a pena remeter programas de acções com vários dias de antecedência. Tempo perdido. O fax é, pura e simplesmente, esquecido. Enfim, um autêntico calvário. Exigir? Por amor de Deus, a melhor expressão para descrever a relação com esta Direcção da RTP-A é sobreviver ao caos, ao preconceito e à censura política;
2) Diz a Direcção da RTP-A que o PPM-A teve pouco mais de 250 votos em 2004. Um jornalismo sério e objectivo diria que o PPM-A teve 250 votos, mas que desistiu, a favor da coligação PSD/CDS, em 5 círculos eleitorais, pelos quais tinha apresentado lista (num último esforço para evitar a maioria absoluta do PS-Açores, conforme a mesma RTP noticiou na época). No entanto, a objectividade deste jornalismo “sério” cedeu perante a vontade de apequenar o PPM-A. Mostrar a sua irrelevância. Procurar o número redondo.
3) Por fim, noutro episódio pleno de objectividade jornalística, a direcção da RTP-A postulou o seu dogma: os assuntos tratados pelo PPM-A são inexpressivos. Se nos for permitido, por estes sucessores do Santo Ofício, cometemos aqui o sacrilégio de discordar desta apreciação “editorial”. Vamos mesmo mais longe e vamos tentar provar, iniciativa a iniciativa, que, se calhar, os assuntos que abordámos não foram os mais idiotas do histórico da estação:
I – Iniciativas Censuradas
a)O PPM-A organizou uma conferência de imprensa, em 10/01/08, para denunciar que Carlos César – então à beira de anunciar a quarta recandidatura – faltou, comprovadamente, à verdade quando afirmou que só ficaria dois mandatos à frente do Governo Regional. A RTP-A fez a cobertura da conferência de imprensa, mas nunca a exibiu;
b) O PPM-A programou, no dia 19 de Março de 2008, uma visita ao cais do Porto da Casa na Ilha do Corvo para denunciar a falta de espaço com que os pescadores se debatem no cais. Esta questão nunca tinha sido colocada anteriormente, até porque resultou da duplicação da frota pesqueira local, ocorrida no espaço de poucos meses. O interesse da cobertura deste evento pareceu-nos – e continua a parecer – inquestionável;
c) O PPM-A programou – em antecipação à visita estatutária do Governo Regional à ilha do Corvo – enquanto força de oposição regional e maior força política da oposição na Assembleia Municipal do Corvo e no respectivo Conselho de Ilha, uma conferência de imprensa para realizar um balanço crítico da actividade governativa na ilha. Quer a legitimidade política, quer a oportunidade nos pareceram – e continuam a parecer – incontroversas.
d) O PPM-A voltou a programar, no início do mês de Abril, a visita ao Porto da Casa na Ilha do Corvo, no sentido de tentar provar a falta de espaço no cais e a necessidade de se proceder ao seu alargamento. A RTP-A recusou-se, novamente, a efectuar a cobertura da acção.
II – Iniciativas cobertas pela RTP-Açores antes do pedido de censura do PS-Açores
O PPM-A teve a coragem de denunciar a censura política praticada por esta Direcção da RTP-A e de descartar, para o futuro, qualquer cobertura televisiva por parte de um órgão de comunicação social estatal – pago com os impostos de todos – hoje ao serviço, de forma objectiva, do partido dominante.
Recusámos continuar a ser censurados. Recusámos encenar um pluralismo político que não existe. Bastou um membro da Comissão Permanente do PS-Açores, pedir para se “mitigar a produção noticiosa do PPM-A” para que o comportamento da RTP-A se alterasse em relação à cobertura televisiva que nos estava a fazer.
A Nota da Direcção da RTP-A, pela sua falsidade, arrogância e falta de objectividade merece ser desmentida ao pormenor.
1) A Direcção da RTP-A diz que o PPM-A “exige” cobertura televisiva das suas actividades. É completamente falso. Perante esta falsidade exigimos – agora sim – que publiquem os documentos em que o partido exterioriza este tipo de atitude. Limitámo-nos a convidar a RTP-A para a cobertura dos eventos que considerámos mais significativos. Só após vários episódios de censura incompreensível – sim porque a análise crítica do exercício concreto de critérios editoriais não é uma ciência hermenêutica inacessível ao comum dos mortais – é que viemos a público condenar esta situação. A verdade é que resistimos a todo o tipo de episódios de bloqueio político: a recepção dos nossos faxes, enviados com dias de antecedência, nunca era confirmada pela RTP-A, apesar de termos a certeza que os tínhamos enviado correctamente. A RTP-A portava-se como uma autêntica “prima-dona”, cheia de caprichos que, aparentemente, funciona na mais anárquica desorganização. Só depois de inúmeros telefonemas se poderia ter a certeza que a informação tinha chegado. Na maior parte dos casos, a solução era repetir indefinidamente o envio dos faxes até que alguma alma caridosa finalmente se desse ao trabalho de o meter na agenda. Não vale a pena remeter programas de acções com vários dias de antecedência. Tempo perdido. O fax é, pura e simplesmente, esquecido. Enfim, um autêntico calvário. Exigir? Por amor de Deus, a melhor expressão para descrever a relação com esta Direcção da RTP-A é sobreviver ao caos, ao preconceito e à censura política;
2) Diz a Direcção da RTP-A que o PPM-A teve pouco mais de 250 votos em 2004. Um jornalismo sério e objectivo diria que o PPM-A teve 250 votos, mas que desistiu, a favor da coligação PSD/CDS, em 5 círculos eleitorais, pelos quais tinha apresentado lista (num último esforço para evitar a maioria absoluta do PS-Açores, conforme a mesma RTP noticiou na época). No entanto, a objectividade deste jornalismo “sério” cedeu perante a vontade de apequenar o PPM-A. Mostrar a sua irrelevância. Procurar o número redondo.
3) Por fim, noutro episódio pleno de objectividade jornalística, a direcção da RTP-A postulou o seu dogma: os assuntos tratados pelo PPM-A são inexpressivos. Se nos for permitido, por estes sucessores do Santo Ofício, cometemos aqui o sacrilégio de discordar desta apreciação “editorial”. Vamos mesmo mais longe e vamos tentar provar, iniciativa a iniciativa, que, se calhar, os assuntos que abordámos não foram os mais idiotas do histórico da estação:
I – Iniciativas Censuradas
a)O PPM-A organizou uma conferência de imprensa, em 10/01/08, para denunciar que Carlos César – então à beira de anunciar a quarta recandidatura – faltou, comprovadamente, à verdade quando afirmou que só ficaria dois mandatos à frente do Governo Regional. A RTP-A fez a cobertura da conferência de imprensa, mas nunca a exibiu;
b) O PPM-A programou, no dia 19 de Março de 2008, uma visita ao cais do Porto da Casa na Ilha do Corvo para denunciar a falta de espaço com que os pescadores se debatem no cais. Esta questão nunca tinha sido colocada anteriormente, até porque resultou da duplicação da frota pesqueira local, ocorrida no espaço de poucos meses. O interesse da cobertura deste evento pareceu-nos – e continua a parecer – inquestionável;
c) O PPM-A programou – em antecipação à visita estatutária do Governo Regional à ilha do Corvo – enquanto força de oposição regional e maior força política da oposição na Assembleia Municipal do Corvo e no respectivo Conselho de Ilha, uma conferência de imprensa para realizar um balanço crítico da actividade governativa na ilha. Quer a legitimidade política, quer a oportunidade nos pareceram – e continuam a parecer – incontroversas.
d) O PPM-A voltou a programar, no início do mês de Abril, a visita ao Porto da Casa na Ilha do Corvo, no sentido de tentar provar a falta de espaço no cais e a necessidade de se proceder ao seu alargamento. A RTP-A recusou-se, novamente, a efectuar a cobertura da acção.
II – Iniciativas cobertas pela RTP-Açores antes do pedido de censura do PS-Açores
a) Defesa da criação da disciplina de História, Geografia e Cultura dos Açores. A comunicação social deu um amplo destaque a esta iniciativa;
b) Defesa da criação de uma Polícia Regional. Foi, igualmente, dado amplo destaque na comunicação social;
c) Defesa da expansão dos cabos de fibra óptica ao Grupo Ocidental. Igual cobertura dos órgãos de comunicação social;
d) Denúncia da situação do lar de idosos na ilha do Corvo. Inaugurado em 2006 pelo Presidente do Governo Regional e ainda sem funcionar. Tão irrelevante foi esta acção que já se iniciaram as contratações para o abrir, por ocasião da visita estatutária do Governo Regional à ilha do Corvo;
e) Denúncia do incumprimento contratual da Mareocidental, no âmbito das ligações marítimas de mercadorias entre o Corvo e as Flores. É, certamente, um assunto muito irrelevante para os senhores da Direcção da RTP-A, mas é algo “chato” para quem, na ilha Corvo, fica sistematicamente, confrontado com a ruptura do abastecimento de géneros essenciais. Desde que foi feita a denúncia e perguntámos pelas coimas, a Mareocidental melhorou imenso a regularidade do serviço. Mas este assunto não interessa. Não interessa para nada.
Relevante, para a Direcção da RTP-A, é a notícia do cantoneiro que coloca cruzinhas de madeira nas rotundas de Ponta Delgada. Relevante é cobrir a tosse e rouquidão do Presidente do Governo Regional ou o enfado do Dr. Duarte Ponte que não gostou de uma notícia da RTP sobre os transportes e que, devido a isso, decidiu lapidar, em directo, a jornalista. “Que não se repita!” Avisou várias vezes.
Enfim, deixemos a Direcção da RTP/Açores com a sua peculiar noção de serviço público e relevância noticiosa.
Quanto a nós, vamos, com censura ou sem censura, continuar a fazer o nosso trabalho político e cívico. Confirmamos, obviamente, todas as acções planeadas a respeito da luta contra a censura política.